Páscoa

29/03/2012 13:45

Páscoa

 

Por Everaldo Francisco de Parecido

 

            Uma das coisas que sempre me chamou a atenção neste período pascal é o fato poder reviver a história da Salvação, fazendo memória dos nossos antepassados, sem cair é claro, num culto aos mortos, mas numa celebração da “passagem” (πάσχα = פֶּ֥סַח ); de fato é esta passagem que nós celebramos.

No sábado “Santo” temos várias leituras da Sagrada Escritura, começando pelo texto do livro do (Gênesis 1,1 - 2,2), falando da Criação e culminamos com a leitura do novo testamento. É um dos modos de iniciar com o AT e culminar na plenitude dos tempos, pós-ressurreição, fazendo memória da ressurreição. Certamente a Liturgia pode iniciar com outros textos do AT (sempre relembrando a Passagem do Mar Vermelho) significando e sendo Fe fato a libertação do Povo de Israel escravizado no Egito e culminar com outro Texto do NT.

Enfim não daria pra abordar aqui todos os textos, que me chamam a atenção e sempre me despertaram desejo de conhecer e de celebrar esta memória da nossa Salvação. Começando por nossos pais na Fé e culminando na infinita misericórdia do Amor doação de Cristo; Amor que o levou a amar-nos até o fim.

A primeira citação da Páscoa encontra-se no capitulo doze do livro do Êxodo, mas sabemos que há aproximadamente umas setenta vezes esta palavra na Bíblia, sempre se referindo a Passagem = Páscoa. “Assim, pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor”. (cf. Êx 12,11).

            Ora, sabemos e temos a viva esperança de que todos aqueles que viveram as Bem-aventuranças, não morrem, mas entram na vida. Por isso chamamos de Páscoa (passagem) para a vida eterna; passagem para a liberdade plena em Cristo, sobretudo cremos que estes estão com Cristo, pois Ele mesmo nos diz: “eu sou o caminho a Verdade e a Vida”.

            Depois nos Evangelhos o próprio Jesus é que diz aos seus discípulos que bem sabeis que o Filho do Homem será entregue para ser crucificado (cf. Mt 26,2). E posteriormente no mesmo livro encontraremos a narração de como se procedeu à celebração da Páscoa e Jesus pedindo, para que façamos isto em sua memória.

            Era costume dos Judeus subirem à Jerusalém por ocasião da celebração da Páscoa. Era uma tradição dada por Moisés, ou ao menos atribuída ao tempo de Moisés, que todo Judeu deveriam ir Celebrar a Páscoa em Jerusalém.

Não obstante Jesus era Judeu e sobia todos os anos com seus pais para esta festa da páscoa, embora, não sejamos ingênuos de dizer: ISTO NÂO ESTA RELATADOS NOS EVANGELHOS! Claro que não, o último relato da vida de Jesus entes da narração de seu Batismo é aos doze anos, ritual comum a todo adolescente em Israel, pois se tratava de um rito de iniciação no templo, por isso Jesus aparece em mio aos doutores da lei e Sacerdotes. Mas é possível deduzir que isto se dava todos os anos a partir da leitura de Lucas dois versos quarenta e um em diante: “Todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da Páscoa”. (cf. Lc 2,41).  Certamente Jesus não ficava pra trás exceto, talvez exceto, antes de completar doze anos, pois ainda não era iniciado nos rituais do templo.

Dito isto, quero exortar a todos para participarem da celebração magnífica do Sábado Santo, mas de modo especial de toda a semana Santa, que vai aos poucos nos conduzindo para uma vivência espetacular da memória e mistério da Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

Estas celebrações sempre me fazem reviver um tempo muito “gostoso” de celebrar em minha vida; pois quando mais novo participava dos teatros/encenações na comunidade, ajuntava cascas de avos pra fazer os recheios com doces de amendoim, etc. Minha mão é que fazia os doces é claro, mas só que tudo mudava o clima em casa, na comunidade, na escola, parecia que de fato era um tempo diferente do corriqueiro e hoje deve concordar que de fato era e é.

Nós é que muitas vezes nos deixamos abater pelas correrias dos afazeres e nem nos damos conta do magnífico tempo de celebração que se aproxima. É neste tempo que sempre conseguimos “voltar atrás”, fazer uma revisão de vida, e retomar o caminho das esperanças, das certezas, das vidas que brotam na comunidade, do ressurgir com Cristo. Nas Palavras de São Paulo diria mais ou menos assim: “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que seja uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. (cf. Hb 11).

Páscoa é enfim tempo de fazer tudo novo e não tudo de novo. Simples, não é? Tão simples que não é fácil fazer e viver este ideal de vida cristã.

 

 


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